TÃO PERTO, TÃO DISTANTE

TÃO PERTO, TÃO DISTANTE
Zwei Arts

Exposição

TÃO PERTO, TÃO DISTANTE

Coletiva com  Cris Rocha, Kika Levy, Margot Delgado, Maria Villares e Marisa Fava C. Alves. Gerada em encontros e conversas regulares entre as artistas a proposta consiste na exploração do assunto paisagem. A mediação e curadoria da mostra são de Ana Angélica Albano.

Tão perto, tão distante 

No princípio era a gravura e cinco artistas à procura de suas paisagens.

Unidas pelo amor ao seu ofício, trocam segredos, desvelam caminhos sem, no entanto, misturarem suas imagens que, a despeito da intimidade que vai se instalando no grupo, permanecem originais.

Quando sou convidada a adentrar a intimidade de seus ateliês, a cada porta que se abre, confirmo a originalidade dos processos, a potência delicada de percursos poéticos tão distintos. E aceito o desafio (e o privilégio), de acompanhá-las na realização de uma exposição.

A cada visita vejo surgir montanhas, ilhas, águas profundas, horizontes inalcançáveis, uma casa de praia, árvores diminutas, árvores maiores e descabeladas, nuvens carregadas de tempestades que nunca acontecem, uma cachoeira, um pote, folhagens oníricas, tramas, rosas que deixam entrever um rosto de mulher, o esboço de uma mão…Imagens portadoras de desejos, de sonhos, de mistérios. Histórias silenciosas apresentadas, mas não reveladas, nas imagens transmutadas em gravura na solidão dos ateliês.

As gravuras, por decisão do grupo, são todas impressas em papéis do mesmo tamanho e tem a paisagem como tema. O formato e o tema, no entanto, são apenas o pretexto para um projeto coletivo, que cada artista realiza à sua maneira.

Matisse, citando Delacroix, escreveu: feitos os estudos necessários para iniciar uma pintura, é necessário pôr mãos à obra e exclamar: –“E agora, os erros que se danem!” Acrescentando em seguida: é preciso deixar a intuição falar.

Deixando-me guiar pela intuição, procurei observar com atenção a intuição que havia guiado o percurso de cada artista. E, na seleção das obras, optei pelo desvelamento dos processos, pela (aparente) repetição de imagens que carregam diferenças sutis, incluindo, também, o que poderia ser considerado erro, mas que contém o estranhamento necessário para o surgimento da poesia.

A intenção é colocar o espectador em contato com o pensamento de cada artista, torna-lo cúmplice de sua poética.

Um convite para desfrutar um tempo de delicadeza…tão perto, tão distante.

Ana Angélica Albano
verão de 2017

Abertura: 11 de fevereiro de 2017, das 11h às 17h.
Visitação: de 14 de fevereiro a 18 de março
terça a sexta das 14h. às 19h.
Sábado das 11h. às 17h.